Caros diocesanos, Presbíteros e Diáconos, Membros da Vida Consagrada e Agentes da Pastoral, todo o Povo de Deus: ao anunciar-vos que o Sínodo está em marcha, com os temas escolhidos, as Comissões indigitadas e outras iniciativas em vista, convoco-os a todos para que se insiram nesta caminhada de fé e de responsabilidade eclesial, com interesse, alegria e esperança. Não sois nem queremos que sejais mero objecto da nossa solicitude pastoral. Precisamos de vós tal como sois, isto é, “protagonistas e artífices da renovação da Igreja” Diocesana, escutando, participando na reflexão e no debate, fazendo circular ideias, tomando iniciativas que despertem e animem os mais distraídos ou alheios.Que ninguém fique à margem.
Que os grupos de reflexão se multipliquem, manifestem presença e colaboração, façam chegar as suas reflexões e propostas para se elaborar o documento de trabalho para as Assembleias Sinodais.
Que os Agentes de Pastoral, a quem a Diocese tanto deve, renovem a sua capacidade de estimular, animar, acolher, provocar o debate e ouvir os outros, sem ideias preconcebidas ou conclusões feitas. Sem se julgarem “peritos de religião” nem se acomodarem à “religiosidade rotineira” ao ponto de “Deus já não inquietar”. Escancarar as portas para ouvir, não é fácil, mas é necessário. Implica conversão. Implica não se julgar dono da verdade nem com o monopólio do Espírito Santo. Como afirmava S. Bento, “É frequente o Senhor inspirar a um mais jovem um parecer melhor.” E a pastoral de que precisamos não será, na verdade, como afirma o Cardeal Walter Kasper, fazer o melhor que se pode aquilo que sempre se fez. Exige atenção aos sinais, criatividade, competência, paixão e ousadia.
Que os Meios de Comunicação Social afectos à Igreja abracem esta causa, com qualidade, beleza e arte, em serviço à Diocese na dinâmica do Sínodo. Aos outros órgãos de Comunicação Social agradeço o empenhamento e dedicação que têm manifestado e que, com certeza, continuarão a manifestar.
Que as comunidades sejam, na verdade, criativas e consigam envolver as pessoas de todas as idades e estados, cientes de que há muitas maneiras de participar e de mostrar sentido de corresponsabilidade e comunhão. Busquemos a força nos momentos de oração, pessoais e comunitários, incluindo a Adoração ao SS. Sacramento com crianças, jovens, adultos, famílias, grupos, movimentos e as próprias Comunidades. “É urgente saber aproveitar todas as oportunidades, mas também saber provocá-las, e lançar mão das capacidades e aptidões, mas também saber cultivá-las, para oferecer o Evangelho ao nosso mundo. Neste domínio, as crianças e os jovens, quando devidamente preparados e estimulados, parecem particularmente aptos para criar relações de simpatia e de acolhimento, de modo a saberem dar o Evangelho juntamente com a sua própria vida, estabelecendo relações significativas com as pessoas que frequentam a Igreja, com as que estão “à porta”, e também no caminho ou na estrada. Neste sentido, as crianças e os jovens podem tornar-se os mais eficazes evangelizadores das crianças e dos jovens, mas também dos adultos e dos idosos, dado o seu interesse pelos outros e por tudo o que é novo”.


Que o Senhor nos dê “a força da comunhão na diversidade, a alegria da harmonia nos projectos, a ousadia da esperança no confronto da história”.
Que Santo António, Padroeiro da Diocese, e Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, intercedam por nós e nos ajudem a discernir os melhores caminhos a seguir, com humildade e esperança.
D. Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco
5 de Outubro de 2011